A História da História
Segundo as crianças, o reino era assim chamado porque tinha muito bambu lá. Ou talvez bambu e luar.
Recolhido por Câmara Cascudo da boca de Francisco Idelfonso, o Chico Preto, narrador analfabeto e negro, em Natal, Rio Grande do Norte, o conto foi registrado em Contos Tradicionais do Brasil.
Desde a primeira vez em que li a história em 2003, para montagem do espetáculo “Avoou: Contos Brasileiros”, da trilogia Dançando Histórias, assisti na tela de dentro cenas inspiradas na cultura afro-brasileira. Na época, meu figurino foi confeccionado por Maria do Carmo, companheira de Moxé Ribeiro, o primeiro músico a me acompanhar nas histórias de boca brasileiras. Mais tarde batizados na capoeira como Badia Nagô e Moxé dos Malês, idealizaram o espaço cultural Quilombo Baobá, em Peruíbe/SP.
Um cabeçote em forma de pássaro, que remete às danças de orixás, e um vestido rendado de contas acompanham o desencantamento da Princesa de Bambuluá, que está rodando até hoje!
Ficha Técnica
A Princesa de Bambuluá
Conto popular brasileiro recolhido por Câmara Cascudo e adaptado por Cristiane Velasco.
Música:
“Balança a rede” (composição de Luiz Gonzaga, com adaptações).
Cantiga Tradicional:
“Marinheiro, encosta o barco” (pesquisa Lydia Hortélio, com adaptações).
Com:
Cristiane Velasco: voz e caixa do divino.
Fernando Almeida: violão, berimbau e arranjos.
Blec Paulo: roi-roi, atabaque, ocean drum, moringa, tamborzinho, apitos, flauta de êmbolo, gaita de caboclinho, aguerê, alfaia, caixa, agogô e ganzá.
Guilherme Sapotone: pena de condor.
Crianças: João Tenucci, João Pedro, Clara, Alice e Tomé.